quinta-feira, 26 de março de 2009

Concurso para o Metrô-DF

A Companhia do Metropolitano do Distrito Federal irá abrir concurso para vários cargos (advogado, arquiteto, engenheiro, nível médio etc). Os salários não são lá muito bons (especialmente considerando o custo de vida em Brasília), mas quando o salário é mais baixo, a concorrência é (um pouquinho) menos acirrada.

A prova está prevista para junho. Aguardem novas informações.

quinta-feira, 19 de março de 2009

O lado sombrio dos concursos públicos

Ninguém mais do que eu defende os concursos públicos como forma de, ao mesmo tempo, reestruturar o Estado brasileiro e possibilitar o acesso popular aos cargos públicos. Os concursos públicos, assim, realizam os princípios da eficiênca e da impessoalidade da Administração Pública.

Sob esses aspectos políticos os concursos públicos são excelentes e devem ser defendidos.

Mas até então estava falado da sociedade (Estado brasileiro e acesso popular a cargos públicos), tratando o homem como um "ser social". Tratando a questão sob o lado do homem enquanto "indivíduo", saindo da sociologia e indo para a psicologia (ou mesmo para a psiquiatria), os concursos podem ser bons ou ruins.

O desafio e a competição são inerentes ao concurso público, que é, em si, uma disputa. A realização de qualquer prova, como o nome está a dizer, coloca o indivíduo à prova. Isso pode ter um aspecto positivo, no sentido de que uma pessoa pode sair do desânimo e da letargia em que se encontra e ter algo novo na vida, uma motivação para obtenção de algo bom: a aprovação e um cargo público com uma atividade igualmente nova.

Porém, em uma sociedade cada vez mais competitiva, estressante e agressiva, os concursos têm também seu lado sombrio. A disputa cada vez mais acirrada exige um esforço cada vez maior dos participantes, ou seja, dos concurseiros. Se há dez ou quinze anos era necessário estudar xis horas por dia, hoje é necessário estudar duas ou três xis horas por dias. Se antes os materiais disponíveis (livros, cursinhos etc) eram limitados, hoje o concurseiro se vê diante de uma infinidade de opções, sem saber qual o melhor caminho. Isso provocou o surgimento de um novo produto: os livros para estudo não das matérias de concurso, mas sim para orientar o estudo das matérias de concurso!

A competividade entre as pessoas fica mais evidente quando sai a lista, ordenada, dos aprovados: fulano em primeiro lugar (o campeão), cicrano em segundo (vice-campeão), beltrano em terceiro (medalha de bronze) e assim por diante... E há também os que não foram aprovados, que justificam para os amigos "não estudei o suficiente, mas não vou desistir" ou "teve trambique nesse concurso, estou desconfiado"... Alguns chegam a pensar "não sou inteligente o suficiente, concurso não é para mim"...

Não vamos nos surpreender quando, em breve, psicólogos (e possivelmente psiquiatras) começarem a escrever artigos e ensaios sob o tema. Quem não conhece alguém que ficou frustrado porque estudou com afinco, fez alguns concursos, mas não foi aprovado? A carga de sofrimento, antes e depois, foi muito grande e teve impacto na vida da pessoa. Para quem acha que o "martírio" é algo bom, isso não é um problema... Contudo, ao contrário das pessoas que realizaram o recente atentado no hotel de Bombaim ("Mumbai", Índia), eu acho que a vida existe apenas e tão-somente na Terra, razão pela qual é aqui que devemos ser felizes.

Há também as pessoas que foram aprovadas, depois de grande esforço, mas continuam infelizes ou insatisfeitas com o trabalho, seja porque as atividades não eram exatamente o esperado, seja porque o salário não é tão bom quanto se imaginava. Algumas continua estudando para obter outro cargo, outras tentam se adaptar à nova rotina, outras desistem etc

E há também os que, aprovados, começam a pensar que são muito melhores do que os outros. São os conhecidos fenômenos de "juizite" ou "promotorite". Recentemente, até outros cargos, antes nem um pouco prestigiados, já começam a ter suas "ites"...

Para mim, a medida de sucesso de uma pessoa é a felicidade. Isso significa que o faxineiro do prédio do Ministro do STF pode ser mais bem sucedido na vida do que o morador da cobertura...

Como a felicidade de alguém é difícil de ser medida ou aferida (nunca vi uma lista ordenada por esse critério), bem como o caminho ou a própria felicidade é altamente subjetivo, concluímos que a decisão de estudar e continuar estudando para um concurso público exige uma grande dose de ponderação e de auto-análise.

(Agora que você leu esse texto, pode ir para as dicas de concursos no http://www.concursos.brunosilva.adv.br/)
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domingo, 15 de março de 2009